Museus

Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

Digitalização do esqueleto fossilizado de um Mariliasuchus amarali com o Artec MHT.

Os processos que culminaram na independência de antigas colônias europeias afetaram disciplinas que, direta ou indiretamente, legitimaram o poder colonial. O movimento da Nova Museologia provocou ações que aproximaram o museu da comunidade, possibilitando a inserção dos grupos relacionados às coleções salvaguardadas dentro das instituições.

David Hall, TV Interruptions: The Installation, 1971. Simulação em realidade virtual apresentada na conferência Besides the Screen, Kings College, Londres, 2018. Modelagem de Sang Hun Yu, curadoria de Adam Lockhart (© Adam Lockhart).

Exposição Dja Guata Porã, Museu de Arte do Rio, 2017-8.

Centro Cultural Banco do Brasil - Rio de Janeiro, 2011.

Non-space I (the degrading idea of home) - Essa proposta busca deslocar e reformular a aspecto social do espaço WebVR. A construção emprega verticalidade, espelhamento e o deslocamento da voz e das imagens dos corpos-avatares do público como forma de provocar outras possibilidades de interação a serem exploradas. Realização: Commonolithic.

Phi Books (© Antonopoulou & Dare).

Prancha "Universo" - Introdução ao Terceiro Mundo, 2011.

© The Kremer Museum

Subway (Norton, acrílica sobre madeira, 2002) - acessar em realidade aumentada

Na sua Introdução ao Terceiro Mundo, a artista Marilá Dardot retoma uma tradição poética que reivindica o próprio museu como o seu meio expressivo. A instalação literalmente vira os dispositivos museográficos do avesso, convidando o público a passear por trás de paredes autoportantes, convertendo caixas de armazenamento em vitrines e tratando aquilo que seria contingente como parte constitutiva daquilo que é contido.

Valendo-se dessas estruturas e códigos de exibição institucionalizados, Introdução ao Terceiro Mundo enquadra a obra de outros artistas contemporâneos como pistas sobre a realidade de um arquipélago fictício, vizinho da Nova Atlântida, que existe num permanente estado de redescoberta.

Essa apropriação absurda do modus operandi dos museus de ciência e história natural como forma narrativa sublinha a participação desses equipamentos – imperiais por excelência – no projeto de racionalização de mundos que eles não são inteiramente capazes de compreender. Ao mesmo tempo, ela recupera o processo de classificação com um gesto criador que pode produzir afinidades e traficar sentidos.

No lugar de esvaziar a taxonomia de seu poder, a Introdução ao Terceiro Mundo o orienta rumo à fabulação. O princípio ordenador do museu, comumente empregado em prol da hierarquização de conhecimentos e da segregação disciplinar, é aplicado para renovar esse conceito geopolítico datado como um território fantástico, digno de enciclopédias borgeanas.

Introdução ao Terceiro Mundo

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