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Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

Entrega de peças do acervo do Museu das Remoções ao Museu Histórico Nacional (© acervo Museu das Remoções).

Processo de "reparação virtual".

O gAViAO.PENAXO (Elpídio Malaquias, esmalte sintético sobre aglomerado, 1992) - acessar em realidade aumentada

Envensão nova urso con cachorro (Elpídio Malaquias, esmalte sintético sobre aglomerado, 1992) - acessar em realidade aumentada

Demolições de casas na Vila Autódromo (© Luiz Claudio Silva / acervo Museu das Remoções).

Construção de escultura a partir de ruínas de demolições na Vila Autódromo (© Luiz Claudio Silva / acervo Museu das Remoções).

© The Kremer Museum

Associação de moradores da Vila Autódromo antes das remoções (© Luiz Claudio Silva / acervo Museu das Remoções).

Polivisão XLIV X4 (Maurício Salgueiro, técnica mista, sem data) - acessar em realidade aumentada

Na sua Introdução ao Terceiro Mundo, a artista Marilá Dardot retoma uma tradição poética que reivindica o próprio museu como o seu meio expressivo. A instalação literalmente vira os dispositivos museográficos do avesso, convidando o público a passear por trás de paredes autoportantes, convertendo caixas de armazenamento em vitrines e tratando aquilo que seria contingente como parte constitutiva daquilo que é contido.

Valendo-se dessas estruturas e códigos de exibição institucionalizados, Introdução ao Terceiro Mundo enquadra a obra de outros artistas contemporâneos como pistas sobre a realidade de um arquipélago fictício, vizinho da Nova Atlântida, que existe num permanente estado de redescoberta.

Essa apropriação absurda do modus operandi dos museus de ciência e história natural como forma narrativa sublinha a participação desses equipamentos – imperiais por excelência – no projeto de racionalização de mundos que eles não são inteiramente capazes de compreender. Ao mesmo tempo, ela recupera o processo de classificação com um gesto criador que pode produzir afinidades e traficar sentidos.

No lugar de esvaziar a taxonomia de seu poder, a Introdução ao Terceiro Mundo o orienta rumo à fabulação. O princípio ordenador do museu, comumente empregado em prol da hierarquização de conhecimentos e da segregação disciplinar, é aplicado para renovar esse conceito geopolítico datado como um território fantástico, digno de enciclopédias borgeanas.

Introdução ao Terceiro Mundo

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