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Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

Museu Sem Paredes

David Hall, A Situation Envisaged: The Rite II (Cultural Eclipse), 1988-90. Simulação VR apresentada no festival NEoN, Dundee, 2017. Desenvolvimento de Rhoda Ellis, curadoria de Adam Lockhart (© Adam Lockhart).

Hoje as ruínas de casas e equipamentos coletivos removidos tornam-se acervo do museu e parte do que os moradores chamam de percurso expositivo da memória, ao longo do qual foram instaladas diversas placas que fazem referência aos espaços que existiam na Vila Autódromo antes do processo de remoção.

Exposição Dja Guata Porã, Museu de Arte do Rio, 2017-8.

Entrega de peças do acervo do Museu das Remoções ao Museu Histórico Nacional (© acervo Museu das Remoções).

Vista aérea da Vila Autódromo antes das remoções (© Luiz Claudio Silva / acervo Museu das Remoções).

DiMoDA 3.0, 2018. Parceria com SIGGRAPH Asia.

© The Kremer Museum

Digitalização do esqueleto fossilizado de um Mariliasuchus amarali com o Artec MHT.

Trabalho de reconstrução do Museu Nacional (© Patrimônio Virtual / Prodec Engenharia).

Exposição Turvações Estratigráficas, de Yuri Frimeza - Museu de Arte do Rio, 2013 (© Wilton Montenegro).

Entrega de peças do acervo do Museu das Remoções ao Museu Histórico Nacional (© Luiz Claudio Silva / acervo Museu das Remoções).

Na sua Introdução ao Terceiro Mundo, a artista Marilá Dardot retoma uma tradição poética que reivindica o próprio museu como o seu meio expressivo. A instalação literalmente vira os dispositivos museográficos do avesso, convidando o público a passear por trás de paredes autoportantes, convertendo caixas de armazenamento em vitrines e tratando aquilo que seria contingente como parte constitutiva daquilo que é contido.

Valendo-se dessas estruturas e códigos de exibição institucionalizados, Introdução ao Terceiro Mundo enquadra a obra de outros artistas contemporâneos como pistas sobre a realidade de um arquipélago fictício, vizinho da Nova Atlântida, que existe num permanente estado de redescoberta.

Essa apropriação absurda do modus operandi dos museus de ciência e história natural como forma narrativa sublinha a participação desses equipamentos – imperiais por excelência – no projeto de racionalização de mundos que eles não são inteiramente capazes de compreender. Ao mesmo tempo, ela recupera o processo de classificação com um gesto criador que pode produzir afinidades e traficar sentidos.

No lugar de esvaziar a taxonomia de seu poder, a Introdução ao Terceiro Mundo o orienta rumo à fabulação. O princípio ordenador do museu, comumente empregado em prol da hierarquização de conhecimentos e da segregação disciplinar, é aplicado para renovar esse conceito geopolítico datado como um território fantástico, digno de enciclopédias borgeanas.

Introdução ao Terceiro Mundo

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